A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de ampliar o número de cadeiras na Câmara dos Deputados trará reflexos diretos em todo o país e Goiás não ficará de fora desse novo desenho político. Com a reconfiguração do número de parlamentares federais por estado, Goiás ganhará uma cadeira a mais em Brasília, subindo de 17 para 18 deputados federais.
No entanto, a mudança tem um impacto que vai além do Congresso Nacional. A nova configuração provoca um efeito cascata nas Assembleias Legislativas, onde o número de deputados estaduais é proporcional ao total de federais, conforme determina a Constituição Federal. Com isso, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) passará de 41 para 42 parlamentares a partir da próxima legislatura.
Custo adicional: R$ 9 milhões por legislatura
A ampliação não é apenas numérica. Com um novo deputado estadual, o impacto financeiro estimado é de cerca de R$ 9 milhões ao longo de uma legislatura de quatro anos, considerando salários, auxílios, estrutura de gabinete, verbas indenizatórias e demais benefícios. O valor ainda pode ser maior, a depender da política interna da Casa e de reajustes futuros.
Atualmente, cada deputado estadual em Goiás tem direito a um salário mensal de R$ 33,7 mil, além de cotas para combustível, alimentação, consultorias, viagens e contratação de assessores. O acréscimo de um gabinete completo inclui ainda custos com aluguel de veículos, diárias, passagens e gastos administrativos.
Debate sobre austeridade
A ampliação já começa a gerar debates sobre a real necessidade de mais parlamentares diante de um cenário de constantes cobranças por mais eficiência e austeridade no serviço público. Críticos da medida apontam que o gasto poderia ser melhor direcionado para áreas essenciais como saúde, educação e segurança pública.
Por outro lado, defensores argumentam que o aumento acompanha o crescimento populacional de Goiás e que a representatividade proporcional deve ser mantida para garantir equilíbrio federativo e justiça na divisão do poder político.
Impacto político
Com uma cadeira a mais em jogo, o cenário político goiano também será afetado. Partidos tendem a reavaliar suas estratégias eleitorais, tanto para a Câmara Federal quanto para a Assembleia Legislativa. A disputa por legendas e coligações ganha novo fôlego, com mais espaço para negociação e eventual entrada de novas lideranças.
A decisão oficial de alteração do número de cadeiras federais deve ser aplicada a partir das eleições de 2026. Até lá, o Legislativo goiano terá tempo para se adequar administrativamente ao novo formato, mas o debate sobre os custos já está posto.