O ex-prefeito de Catalão, Adib Elias, tomou posse nesta terça-feira (11) como o novo secretário de Infraestrutura de Goiás. A nomeação faz parte de uma ampla reforma administrativa conduzida pelo governo estadual, que tem como um de seus principais objetivos acomodar ex-prefeitos e aliados políticos que ficaram sem mandato após as eleições municipais de 2024.
Com a nova função, Adib Elias passa a comandar uma pasta estratégica do governo, responsável por obras e investimentos em infraestrutura em todo o estado. No entanto, sua chegada ao cargo levanta questionamentos sobre a prática recorrente de transformar a máquina pública em um refúgio político para figuras que perderam espaço eleitoral.
A nomeação de Adib é apenas uma peça dentro de um tabuleiro maior. A reforma administrativa promovida pelo governo tem sido interpretada como um movimento calculado para manter aliados próximos e garantir influência política nas eleições futuras. Ex-prefeitos e lideranças regionais estão sendo encaixados em secretarias e órgãos estratégicos, criando uma espécie de rede de proteção política financiada com dinheiro público.
Embora o processo seja comum na política brasileira, ele não deixa de ser intrigante e polêmico. Afinal, até que ponto a administração pública deve servir de trampolim para interesses políticos? Para muitos, a nomeação de Adib Elias e de outros ex-prefeitos reforça uma prática já enraizada: a de que cargos estratégicos muitas vezes não são ocupados por critérios técnicos, mas sim por conveniências políticas.
Nos bastidores, aliados do governador defendem que a experiência de ex-prefeitos pode contribuir para a gestão estadual. Já críticos alertam para o risco de transformar o governo em um “cabide de empregos de luxo” enquanto a população enfrenta desafios como saúde precária, educação defasada e infraestrutura deficitária.
Com a posse de Adib Elias, a reforma administrativa do Governo de Goiás ganha forma — e acende o debate sobre os limites entre governabilidade e uso político da máquina pública.