O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), enfrenta um cenário desanimador na largada de sua pré-candidatura à Presidência da República. Mesmo antes do lançamento oficial de sua campanha, marcado para a próxima sexta-feira (4) em Salvador, os desafios e as resistências dentro de seu próprio partido já evidenciam a fragilidade de sua empreitada rumo ao Palácio do Planalto.
A falta de unidade no União Brasil, partido que abriga tanto aliados do governo Lula quanto figuras ligadas ao bolsonarismo, demonstra o isolamento político de Caiado. Enquanto tenta se vender como alternativa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não consegue conquistar o apoio da base bolsonarista, que o vê como um oportunista. Por outro lado, tampouco encontra respaldo entre aqueles que orbitam a esquerda e o governo federal. Ou seja, Caiado está politicamente órfão, sem base sólida para sustentar uma candidatura nacional competitiva.
A ausência de lideranças expressivas de seu próprio partido no evento de lançamento de sua pré-campanha é um sinal claro de que seu nome não unifica e, pior, não empolga. Aos 75 anos, o governador tenta se posicionar como alternativa viável, mas seu discurso de “mudança para o Brasil” soa vazio diante da realidade: falta-lhe capilaridade nacional, alianças estratégicas e, principalmente, respaldo popular para se tornar um nome competitivo.
Além disso, o enfraquecimento de Caiado não se limita à estrutura partidária. Sua tentativa de herdar o eleitorado bolsonarista esbarra na lealdade de grande parte dessa base ao ex-presidente e em nomes mais influentes que também pleiteiam esse espaço, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. Sem um diferencial que o torne realmente atrativo, sua pré-candidatura pode se tornar apenas um projeto pessoal fadado ao fracasso.
No fim das contas, Caiado enfrenta uma tempestade perfeita: sem apoio partidário sólido, rejeitado pelo bolsonarismo e sem força eleitoral nacional, sua candidatura já nasce fragilizada e dificilmente terá fôlego para chegar longe.