Uma operação policial deflagrada nesta terça-feira (28) resultou na prisão de Lucas Vissotto, ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), durante a gestão do governador Ronaldo Caiado. A ação investiga um esquema de corrupção envolvendo um contrato de R$ 27 milhões, destinado à reforma de prédios públicos em Goiás, que teria gerado prejuízos estimados em R$ 10,4 milhões aos cofres públicos.
A operação, batizada de “Obra Simulada”, também prendeu outros sete envolvidos, incluindo ex-servidores da Goinfra e empresários. Segundo a Polícia Civil, o esquema envolvia fraudes em licitações e superfaturamento de contratos durante a gestão de Vissotto, que ocupou o cargo até 2022, sob nomeação direta do governo Caiado.
A polêmica ganha força diante das suspeitas de que o suposto esquema ocorreu sob o comando de uma gestão que, até então, se apresentava como símbolo de moralidade e combate à corrupção. Críticos apontam que a prisão de um ex-dirigente nomeado pelo governo questiona a efetividade das medidas de transparência e controle adotadas pela atual administração.
Em nota oficial, o governo estadual afirmou que irregularidades no contrato foram inicialmente detectadas por mecanismos internos e encaminhadas às autoridades competentes. “Não passamos pano para ninguém”, declarou o comunicado, reforçando que o governo não tolera desvios de conduta em suas gestões.
Apesar disso, opositores políticos não pouparam críticas. Alguns questionam se a fiscalização interna foi eficiente o suficiente para impedir o desvio de valores tão expressivos ou se as investigações só ganharam força após a mudança no comando da agência. “Esse é mais um exemplo de como o governo Caiado não conseguiu blindar seus próprios indicados de práticas ilícitas”, declarou um deputado estadual da oposição.
Lucas Vissotto, até o momento, não se pronunciou sobre as acusações. No entanto, analistas políticos preveem que o caso pode ganhar ainda mais repercussão, trazendo à tona novos questionamentos sobre a gestão de contratos e obras no governo de Ronaldo Caiado. As investigações continuam, e os desdobramentos prometem movimentar o cenário político em Goiás.
“Ladrão ou muda de profissão ou muda de estado” Ronaldo Caiado. Demagogia que fala?
