Lamentável. Essa é a palavra que define a recente encenação do deputado federal José Nelto que, em um gesto simbólico vazio, resolveu posar com uma foice, pedindo que seus assessores registrassem o momento. Enquanto o deputado tenta simular uma conexão com o trabalhador rural, a hipocrisia de sua atitude salta aos olhos.
A foice e a enxada, diferentemente do que ele tenta representar, são instrumentos de trabalho de homens e mulheres dignos, que muitas vezes não tiveram a oportunidade de investir nos estudos por falta de políticas públicas – políticas que, diga-se de passagem, deveriam ser implementadas por ele e seus colegas no Congresso Nacional.
É irônico, para dizer o mínimo, ver alguém com uma vida abastada, usufruindo de salário alto e regalias que o cargo de deputado federal proporciona, posar com uma ferramenta que simboliza o suor e o sacrifício diário de trabalhadores que ele, provavelmente, nunca estendeu a mão de forma concreta. Esse teatro barato, com o claro objetivo de conquistar prestígio popular, nada mais é do que uma tentativa de enganar aqueles que ainda acreditam em discursos vazios e gestos performáticos.
Se o deputado realmente quisesse representar e ajudar os trabalhadores rurais, deveria dedicar seu mandato a buscar melhorias reais, como incentivos à educação no campo, políticas de acesso à terra, programas de modernização agrícola e condições dignas para os trabalhadores. Mas não: é mais fácil empunhar uma foice para uma foto do que assumir compromissos reais que poderiam transformar a realidade de milhares de goianos.
A tentativa de se apropriar de símbolos do trabalho duro para criar uma narrativa política é mais um capítulo do “golpe emocional” que alguns políticos tentam aplicar na população. Como diz o ditado, “o golpe tá aí, cai quem quer”. Cabe ao povo reconhecer quem realmente trabalha por eles e quem só faz pose para enganar.
Enquanto isso, os verdadeiros trabalhadores, aqueles que seguram uma foice não para foto, mas para sobreviver, continuam aguardando que seus representantes deixem de lado as encenações e façam algo de concreto para mudar suas vidas. Afinal, palavras e fotos não enchem prato. Trabalho de verdade, sim.
