Prefeitura acumula 636 comissionados, parentes de políticos em cargos estratégicos e uma secretaria de Comunicação que se recusa a prestar contas à população
Em Catalão, a máquina pública virou sinônimo de favorecimento político e escuridão institucional. Com 636 cargos comissionados, a prefeitura parece ter sido transformada em um verdadeiro cabide de emprego, onde desfilam nomes que pouco têm a ver com competência técnica e muito com laços familiares e políticos: mulher de vereador, irmã e namorada de secretário, tio de secretária, irmão, primo — todos aninhados em cargos pagos com dinheiro público.
No centro dessa estrutura, destaca-se a Secretaria Municipal de Comunicação, comandada por Valdeci Barros, que vem sendo duramente criticada por sua opacidade e autoritarismo. O secretário, que deveria ser responsável por promover transparência e garantir o direito da população à informação, tem agido na contramão: não apresenta dados, não divulga gastos com mídia, impede secretários de conceder entrevistas a veículos independentes e mantém o silêncio absoluto sobre os contratos com a imprensa paga.
Quem são os veículos de comunicação financiados pela prefeitura? Quanto recebem? Por que esse sigilo?
As perguntas são simples, mas permanecem sem resposta — e o silêncio ensurdecedor só reforça as suspeitas de uso indevido da máquina pública para controle de narrativa e favorecimento político.
E nos bastidores da política local, cresce o burburinho: Valdeci Barros pode estar se tornando uma pedra no sapato do próprio prefeito Velomar Rios. Fontes próximas à administração afirmam que Velomar teria sido pressionado a nomeá-lo por ordem direta do ex-prefeito Adib Elias, o que levanta questionamentos sobre quem, de fato, comanda a prefeitura — e a quem Valdeci realmente responde.
Enquanto isso, Catalão assiste calada ao avanço da censura institucional disfarçada de gestão. A comunicação pública, que deveria servir ao povo, serve hoje apenas a interesses de grupos — e Valdeci Barros é o guardião dessa caixa-preta que a população tem o direito e o dever de abrir.