A política goiana voltou a esquentar nesta quinta-feira (06) com uma operação policial contra o ex-governador Marconi Perillo. A ação levanta questionamentos não apenas sobre os fatos investigados, mas sobre o real propósito por trás dela. Afinal, seria uma operação legítima ou mais um capítulo de uma perseguição política travestida de justiça?
Marconi, que tem sido uma das vozes mais duras contra a gestão de Ronaldo Caiado, não tem poupado críticas às ações do atual governo, denunciando publicamente medidas que, segundo ele, prejudicam a população e ferem a transparência administrativa. Curiosamente, no momento em que seu nome volta a ganhar força para as eleições de 2026, ele se torna alvo de uma operação que, para muitos, tem um forte tom político. Coincidência? Difícil acreditar.
Através de uma “Nota de Repúdio”, Marconi classificou a ação como uma tentativa de perseguição e um uso indevido da máquina pública para interesses políticos. Se for verdade, isso representa um risco grave para a democracia e um atentado direto ao processo eleitoral. Afinal, quando a justiça passa a ser utilizada como ferramenta de disputa política, o jogo democrático fica desequilibrado e perigoso.
A população precisa estar atenta. Operações policiais devem existir para punir crimes, não para eliminar adversários. Se há algo errado, que se investigue de forma justa e imparcial. Mas quando o uso da lei parece seletivo e direcionado, a sociedade precisa se perguntar: quem realmente está sendo protegido e quem está sendo silenciado?
Segue Nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO
Mesmo esperando uma reação aos meus vídeos de denúncias por parte do grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar.
Já fui vítima de outras armações e “operações” encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás. Inclusive, essa armação foi duramente repreendida pelo STF.
Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação. Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas e legais e todas declaradas aos órgãos competentes. Isso é um absurdo!
Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa “operação”! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás. Enquanto fazem mais um circo para me constranger, o Estádio Serra Dourada foi vendido por apenas R$ 10 milhões; o CORA vai custar o absurdo de R$ 2,4 bilhões e o Caiado ameaça a mim e minha família quando manda recado para ROTAM responder os meus questionamentos políticos, os mesmos que estão sendo investigados pela morte de Fábio Escobar, em Anápolis.
Não se iluda Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar.
Marconi Perillo
Ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB