Enquanto Posso Falar
Por Ricardo Nogueira
A política brasileira vive tempos sombrios. José Dirceu, um dos maiores símbolos da corrupção petista, está prestes a voltar à cena eleitoral com o aval de ninguém menos que o presidente Lula. O ex-ministro, condenado por corrupção ativa e envolvido nos maiores escândalos de desvio de dinheiro público do país, como o Mensalão e a Lava Jato, planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.
A mensagem é clara: no Brasil do PT, criminosos condenados não apenas escapam das punições, mas são incentivados a retomar o poder.
Zé Dirceu: de presidiário a candidato
Dirceu já foi um dos homens mais poderosos do país, arquiteto do esquema do Mensalão e operador nos bastidores do Petrolão. Condenado a mais de 30 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, deveria estar afastado da política para sempre. No entanto, sua aliança com Lula nunca foi rompida. Agora, ele reaparece com a bênção do presidente, pronto para reocupar espaço no Congresso e, quem sabe, comandar novas tramas políticas nos corredores de Brasília.
Nos bastidores, Dirceu diz que anunciará sua candidatura apenas no fim do ano, com a desculpa de evitar ataques da oposição. Mas a verdade é outra: ele sabe que sua ficha suja ainda causa repulsa entre os brasileiros. No entanto, dentro do PT, isso não é problema. Pelo contrário, seu retorno é tratado como uma vitória.
Lula e seus aliados banidos
A reabilitação de figuras como José Dirceu demonstra o verdadeiro compromisso de Lula: a perpetuação de seu grupo no poder, a qualquer custo. O presidente, que já defendeu condenados por corrupção como se fossem vítimas de injustiças, agora abre as portas para que um velho parceiro volte à política como se nada tivesse acontecido.
E não é só Dirceu. O PT está repleto de ex-presidiários, condenados e investigados que continuam influenciando o governo e suas decisões. O partido nunca se preocupou em renovar sua imagem ou cortar laços com figuras manchadas por escândalos. Pelo contrário, faz questão de ressuscitá-las.
O PT e o desprezo pela ética
O retorno de José Dirceu é um tapa na cara dos brasileiros que esperavam mudanças após anos de corrupção sistêmica. O governo petista, que tanto fala em democracia e justiça, demonstra que, na prática, o que vale é a impunidade para seus aliados.
Permitir que um homem com o histórico de Dirceu volte ao cenário eleitoral é aceitar que a corrupção continue sendo tratada como um mero detalhe. É mais um capítulo vergonhoso na história política do Brasil, onde os corruptos não apenas escapam da punição, mas são celebrados e premiados com novas oportunidades de poder.
A sociedade precisa decidir: vamos aceitar que o país seja governado pelos mesmos personagens que afundaram o Brasil em escândalos? Ou chegou a hora de dar um basta nessa sucessão de crimes institucionalizados?