Mais uma vez, os moradores de Catalão enfrentam o velho e recorrente problema do rompimento de adutoras, que deixa bairros inteiros sem água. O episódio mais recente aconteceu neste final de semana, um padrão que parece repetir-se sempre em feriados ou momentos de maior demanda. Enquanto isso, a população paga caro por serviços básicos e fica à mercê de justificativas ultrapassadas.
Há oito anos, o desabastecimento de água causado por problemas estruturais é uma constante na vida dos cidadãos. Mudam-se os prefeitos, renovam-se as promessas de campanha, mas os problemas continuam os mesmos. O que não muda é a conta alta que o povo precisa arcar. Afinal, a arrecadação da prefeitura cresce ano a ano, mas, aparentemente, não é suficiente para garantir investimentos na infraestrutura básica da cidade.
E onde estão os avanços tecnológicos? Com tantas ferramentas modernas disponíveis, com a presença de profissionais qualificados e dinheiro público em caixa, fica difícil aceitar que a solução para um problema tão crônico continue sendo adiada. Em vez disso, o que a população ouve são desculpas e discursos prontos. A pergunta que não quer calar é: até quando?
O descaso é evidente. Um problema que ocorre com frequência já deveria ter sido resolvido de forma definitiva, mas a cada rompimento de adutora, vemos bairros inteiros entrando em colapso. Sem água, famílias não conseguem realizar atividades básicas, comerciantes perdem mercadorias e trabalhadores enfrentam dificuldades em sua rotina.
A prefeitura e a SAE, por sua vez, mantém o silêncio ou utiliza o mesmo discurso de sempre: promessas de conserto emergencial e medidas que nunca tiram Catalão do ciclo de crise. O sentimento entre os moradores é de revolta e cansaço. “Pagamos impostos altíssimos e o retorno é sempre insuficiente. O que estão fazendo com o nosso dinheiro?”, questiona uma moradora do bairro Castelo Branco.
Fica a reflexão: até quando Catalão continuará sendo refém da negligência e da falta de planejamento? É preciso que a gestão pública assuma suas responsabilidades e priorize as necessidades reais da população. A água é um direito básico, não um luxo. A solidariedade com os moradores prejudicados é necessária, mas não suficiente. A população merece mais do que promessas e paliativos. O que todos esperam, há anos, é uma solução definitiva.