Decisão do novo presidente da entidade é bem recebida por torcedores e especialistas, que veem na medida o resgate da tradição e neutralidade da camisa canarinho.
Um dia depois de assumir oficialmente o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o presidente Samir Xaud tomou sua primeira grande decisão à frente da entidade: suspendeu a produção da camisa vermelha da Seleção Brasileira, cuja fabricação já havia sido autorizada pela gestão anterior, sob Ednaldo Rodrigues.
A medida foi comunicada diretamente aos representantes da fornecedora de material esportivo Nike, durante reunião realizada na sede da confederação. Prontamente, a multinacional acatou a determinação e interrompeu o processo de produção, voltando seus esforços para o desenvolvimento de um novo modelo alternativo na cor azul, já tradicional na história da Seleção.
A camisa vermelha, proposta como um “homenagem histórica” ao uniforme usado na partida de 1914 contra o Exeter City, gerou ampla controvérsia. Além do questionamento sobre a real relevância esportiva da cor vermelha na história da Seleção, muitos torcedores e analistas viram na iniciativa um risco de politização desnecessária da camisa nacional, que sempre representou a união e a paixão de todo o país.

“Foi uma decisão sensata e respeitosa com a tradição e com o sentimento da maioria dos torcedores brasileiros. A camisa da Seleção não pode ser utilizada como instrumento de polarização política ou ideológica. Samir Xaud mostrou, logo no início de sua gestão, que entende o peso e a responsabilidade do que representa a camisa verde e amarela”, avaliou o jornalista esportivo Ricardo Melo.
A camisa azul, por sua vez, tem história consolidada: foi com ela que o Brasil conquistou títulos históricos, como a final da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Além disso, sempre foi o segundo uniforme oficial da Seleção Brasileira, respeitando a simbologia que a torcida aprendeu a venerar.
A decisão de Xaud foi bem recebida também nos bastidores da CBF, onde há o entendimento de que é preciso resgatar o foco no futebol, evitando controvérsias desnecessárias em torno de símbolos nacionais.
“Esse episódio mostra que a nova gestão da CBF está disposta a ouvir a voz das arquibancadas e manter a Seleção distante de debates que só dividem o país. O futebol brasileiro precisa de união, não de polêmica”, afirmou um dirigente próximo ao presidente.
Com a medida, Samir Xaud dá o primeiro sinal claro de que pretende recolocar a Seleção Brasileira no caminho da tradição, do respeito à história e, principalmente, da pacificação entre os milhões de brasileiros que vibram com o futebol.